segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Voltei da viagem.
Rodei um pouco pelo mundo de mochila nas costas. A viagem foi bem diferente do que eu imaginava. Pensei que seria algo valioso, que conheceria novas coisas e que o mundo me impressionaria. Jurava que o mundo era algo belo e que ele só me pareceria simples e roto enquanto eu vivesse enclausurado em minha rotina.
Me enganei.
Talvez seja obra do acaso que fez com que tudo se tornasse tão próximo de minhas experiências cotidianas. Só sei que o que sinto é que nada há de novo. Nada que me impressionasse ou me fizesse sentir medo. Sempre a minha mesma crueza de sentimento.
Eu temo isso. Por mais que me esforce, por mais que viva e tente me renovar, sempre me sinto o mesmo eu. Absorto numa insensibilidade nua, com meu coração de pedra que por nada se abala.
Mas o que faço então?
Será que não haverá nada que me traga o fôlego? Será que não haverá nada que me fará me sentir único? Quanto mais vivo, mas sinto que não há nada de especial em mim nem no mundo. Vivi as mesmas conversas nos mesmos lugares com as mesmas pessoas. E eu, sempre o mesmo. Será?
Percebo que o mundo é só uma incrível repetição de valores, onde até aqueles que os transviam são como feitos bonecos em uma linha de produção.

Posso ser físico, bailarino, filósofo, humanista, anarquista, engenheiro, ou tudo isso de uma vez. Ainda sim serei humano, e serei reduzido à minha insignificância pueril.

Paro por aqui, depois de muito choro

Rodrigo
Vivendo epifanias em busca de uma singularidade

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