terça-feira, 12 de outubro de 2010

Confissão de um dia qualquer

Confesso!

Sou antiquado! Sou velho de espírito e não consigo me atualizar!
Até fiz o tal do Twitter para entrar na vibe (será uma gíria de velho também?), mas não deu.
Um absurdo como o nosso mundo vive num surto de evolução temporal. Não se vive mais o hoje, as pessoas já estão vivendo o amanhã, se não o depois de amanhã. Pois eu não... eu vivo o ontem.
Fico sempre com aquele gostinho nostálgico de quero-mais. Sempre lendo, vendo, ouvindo e até vivendo coisas de antes mesmo de eu nascer.

Para mim o tempo não tem tanta importância. Não sei se é um defeito ou uma qualidade, mas meu espírito é completamente atemporal. Sinto que às vezes o tempo é simplesmente uma questão de ordenação de eventos e de organização de necessidades. Como as minhas são completamente caóticas, tendo a me esquecer da temporalidade.

Aldous Huxley (sim, o do admirável mundo novo) disse uma vez que a temporalidade é completamente superficial quando se vive a desindividualização que pode ser uma simples cadeira. Fantástico! Incrível como me sinto extremamente contemplado com a passagem anterior. O único problema é que ele disse isso quando estava sob efeito de Mescalina...

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Em homenagem a esta tendência atemporal, posto aqui uma tela de um pintor fantástico (viva a evolução e o acesso a informação da internet não? hahaha): Paul Cézanne.

Me desculpem os especialistas que discordam, mas Cézanne conseguia pintar cenas de uma forma que mostra como o tempo pode ser desnecessário. Nessa tela abaixo da para ver como pode-se viver o belo sem se pensar em quando ele acontece e se preocupando só em que estado ele É.